Desde os meus anos de juventude que conquistei o direito de ter este pequeno espaço - um vão de escada, onde nasceram muitos projectos!…
Mas, entre projectos foi sempre um espaço dedicado à eletrónica e à rádio.
Depois de tudo arrumado, prateleiras, equipamentos, peças por cima e por baixo da bancada, baterias, e o conversor de 230V AC de onda sinusoidal pura que regula os painéis solares... cabem apenas 2 pessoas!
Mas como dizem os amigos, aqui tenho quase de tudo! Quando falta no comércio local ou Lisboa é longe para ir buscar apenas um transistor, aqui há!
Muito deste material é coleccionado desde os meus 11 anos. É um espaço que não segue a regra de - tudo com mais de um ano sem uso é considerado lixo! Aqui não. Aqui guarda-se, para "desenrascar", neste espírito bem português, um colega ou para mais uma invenção!
O nervo nevrálgico deste complexo sistema de rádios e comunicações é um raspberry pi 4b. Optei pelo raspberry pelo baixo consumo e porque me permite facilmente alimentá-lo a partir dos 12V ou a partir de um conversor de 5V. Está ligado 24x7, 365 dias por ano… sim, anos bissextos também! 🙂
Basta ligar o monitor e imediatamente fico com toda a informação das condições de propagação, das comunicações, da meteorologia, mensagens de packet e APRS, e-mail, DX Cluster, do AOS e LOS de satélites, da Internet das coisas que me permitem ligar e desligar equipamentos e rádios… gera beacons de APRS, regista e estabelece contactos via ISS, envia dados para este domínio com o estudo da propagação no meu QTH, monitoriza a radio-actividade local, regista o tráfego que escuto via APRS, liga e desliga rádios de acordo com a passagem de satélites, regista QSO em log e sobre tudo dá-me muito gozo ter esta estação sustentavelmente alimentada por energia solar!
Antenas
O espaço exterior e a envolvente condiciona muito o DX. Resido num local onde esta moradia foi a segunda casa a ser construída em 1952, neste vale. Tudo à volta era pinhal e floresta. A vila de Cascais terminava a 500m daqui! Hoje está rodeada de construção vertical, com muito ruído produzido pelo homem e num terreno com 480m2 que me permite apenas pôr antenas na vertical, numa quota de 60m sobre o mar…
A solução foi construir antenas encurtadas, com traps, ou folded dipole para as bandas mais baixas de HF, com limites nos 80m. Melhor sorte para 20m e bandas superiores apesar de um ângulo de take off elevado pelos prédios que me rodeiam. VHF e UHF igualmente má saída; apenas uma pequena faixa a Norte e outra ainda mais estreita para Sul.
...para VHF e UHF,
Estas antenas ligam através de um esquema de comutadores mecânicos e elétricos aos principais equipamentos;
Rádios e transmissores
Todos estes equipamentos encontram-se ligados ao raspeberry pi e permitem fazer modos digitais, controlo de frequência, acesso remoto, e serem ligados ou desligados pela IoT.
Em falta estão antenas e rotores, de HF para melhorar as condições de DX e de VHF e UHF para fazer satélites de órbita baixa!
73, de Ricardo Oitavén
CT1EBQ