Como atribuir nomes a devices HidRaw (parte 3)

Este artigo conclui o tema sobre a atribuição de nomes a devices, referidos na parte 1 e parte 2, quando os fabricantes não atribuiem um número de série e 2 ou mais dispositivos parecem-nos iguais e impossíveis de identificar…
Os dispositivos HidRaw permitem aceder a interfaces USB e bluetooth sem alteração de dados ou protocolo. Significa em inglês original - Raw Access to USB and Bluetooth Human Interface Devices.

Por vezes os nossos projectos necessitam de chamar estes devices para comunicarem… dou como exemplo a utilização do controlo de PTT pelas placas de som CM108 e CM119, descrito no artigo packet/APRS iGate, BBS, node e DX cluster com Raspberry Pi (parte 2), onde o direwolf usa o pino 13 do GPIO para pôr o rádio em transmissão, através do comando "PTT CM108 3 /dev/hidraw3".

Como consegue imaginar, ao reiniciar o sistema operativo, estes devices mudam a ordem à medida que o kernel as lê e lhes atribui um número… este é o problema que aqui resolvo, a atribuição de um nome ou symlink a um device hidraw para que, independentemente da ordem atribuída pelo kernel, saibamos sempre como comunicar com ele!
Note, este procedimento só é válido (à semelhança dos procedimentos descritos nos artigos anteriores) se e só se o nosso device USB se encontrar sempre ligado à mesma porta USB, seja directamente à board ou através de um HUB USB!

Identificar o device

Antes de ligar o seu dispositivo USB, execute o comando,

e obtém, por exemplo

crw------- 1 root root 243, 3 Mar 14 22:44 /dev/hidraw0
crw------- 1 root root 243, 4 Mar 15 09:25 /dev/hidraw1
crw-rw---- 1 root audio 243, 5 Mar 14 22:44 /dev/hidraw2

Agora ligue o seu dispositivo e execute o comando novamente… apareceu um novo device. Este é o nosso device, aquele que vamos configurar,

crw------- 1 root root 243, 3 Mar 14 22:44 /dev/hidraw0
crw------- 1 root root 243, 4 Mar 15 09:25 /dev/hidraw1
crw-rw---- 1 root audio 243, 5 Mar 14 22:44 /dev/hidraw2
crw-rw---- 1 root audio 243, 5 Mar 14 22:44 /dev/hidraw3

Agora que sabemos que ao nosso device lhe foi atribuido o número 3, como /dev/hidraw3, fazemos

de modo a obtermos toda a informação deste device,

De onde retiramos algumas das variáveis que nos permitem agora identificar o nosso dispositivo, uma vez mais, sempre que este se encontre ligado à mesma porta USB.

Criar o nome ou symlink

Escrevemos ACTION=="add", pois só queremos adicionar este dispositivo quando ele é ligado.
Apenas queremos identificar dispositivos hidraw, então escrevemos SUBSYSTEM=="hidraw", ver linha 9.
Se tiver vários dispositivos iguais repare na linha 32 que identifica pelo kernel a porta USB a que este dispositivo está ligado como, KERNELS=="1-1.2.1.1"
Comum aos nossos vários dispositivos, se existirem 2 ou mais, é o id do fabricante e o id do producto, respectivamente verificados nas linhas 38, ATTRS{idVendor}=="0d8c" e 57, ATTRS{idProduct}=="0012"
Agora é só atribuir-lhe um nome alternativo, com a instrução SYMLINK+="", que no meu caso se trata de uma placa de som CM108 que pretendo, como disse, controlar o PTT através do GPIO…

Construímos a linha a colocar no nosso ficheiro udev rules descrito nos artigos anteriores em /etc/udev/rules.d/99-hamlib.rules, na continuação das instruções que já escrevi…

Na janela terminal escreva, como sudo ou root,

Avance até à última linha, substitua as variáveis ao seu dispositivo e escreva, neste meu exemplo, e para cada uma das suas placas de som onde pretende controlar o PTT,

ACTION=="add", SUBSYSTEM=="hidraw", KERNELS=="1-1.2.1.1", ATTRS{idVendor}=="0d8c", ATTRS{idProduct}=="0012", SYMLINK+="hidHFpacket"

Cada vez que escreve no ficheiro rules aplique as configurações, com sudo ou root, o comando,

Agora, no direwolf o comando passará a ser,

PTT CM108 3 /dev/hidHFpacket

O nosso dispositivo é agora reconhecido pelo nome "hidHFpacket". Verifique, escrevendo no terminal,

crw------- 1 root root 243, 3 Mar 14 22:44 /dev/hidraw0
crw------- 1 root root 243, 4 Mar 15 09:25 /dev/hidraw1
crw-rw---- 1 root audio 243, 5 Mar 14 22:44 /dev/hidraw2
crw-rw---- 1 root audio 243, 5 Mar 14 22:44 /dev/hidraw3
lrwxrwxrwx 1 root root       7 Mar 14 22:44 /dev/hidHFpacket -> hidraw3

Quer ver agora todos os symlinks criados nestes artigos? Substitua as palavras de acordo com o nome que atribuiu e escreva,

Referências:
https://docs.kernel.org/hid/hidraw.html
https://github.com/nasa/IDF/wiki/Differentiating-Identical-Devices
http://reactivated.net/writing_udev_rules.html
https://github.com/nasa/IDF/wiki/Device-Permissions

Actualização automática de programas escritos por John, G8BPQ

Este script para linux implementa algumas melhorias em relação ao post anterior e permite-lhe actualizar diversos programas que se encontrem na sua pasta local e disponíveis para download, por exemplo, na sua versão beta de G8BPQ. Guarda uma cópia das versões anteriores, na pasta versions, caso necessitemos de fazer o restauro e pára o linbpq. Se o linbpq estiver configurado como serviço deverá reiniciar logo após ser parado.

Neste exemplo utilizo um raspberry pi 4, que corre em simultâneo uma versão do pi-star MMDVM modificada e que utilizo como computador para modos digitais e IoT...

Copie e cole o código seguinte na pasta onde tem instalado os diversos programas BPQ. No meu caso em /usr/local/bin/linbpq/

Cole o seguinte código, ou faça o seu download se está a utilizar a página traduzida e leia atentamente as instruções comentadas no início do ficheiro.

Grave e saia. Se editou com o "nano" faça CTRL+s e em seguida CTRL+x, tudo em minúsculas.
Atribua permissões de execução ao ficheiro,

e, execute-o

Adiciona a seguinte linha em /etc/crontab, modificando o user e localização do seu script.

Para melhor compreender este assunto, consulte o meu post anterior...

Referências:
https://packet-radio.net/update-linbpq-with-up2bpq/

Actualização automática do linbpq

Requisitos:
- linbpq instalado em qualquer distribuição linux, incluso em raspberry pi
- linbpq a correr como serviço, descrito no final deste post

Encontrei esta ideia em https://packet-radio.net/update-linbpq-with-up2bpq/ mas, falhava sob determinadas circunstâncias e fui melhorando ao longo do tempo…
Por exemplo, o script original não via 2 updates no mesmo dia, por vezes necessário para corrigir problemas detectados pelos utilizadores, no lançamento de uma nova versão beta.

Este script corrige este problema ao utilizar o timestamp, com horas e minutos. Irá guardar também todas as versões actualizadas, caso pretendamos voltar atrás, e fazer um downgrade, por uma qualquer funcionalidade perdida.

Recordo que no meu caso, tenho o linbpq instalado num raspberry pi no directório /usr/local/bin/linbpq/.
Corrija os caminhos do script de acordo com o seu local de instalação.

Para criar o script faça,

Copie e cole este script no seu editor de texto

A seguir dê-lhe permissões de execução

E, corra-o, por exemplo a partir do directório onde se encontra,

De modo a actualizar automaticamente, insira a seguinte linha no crontab, fazendo sudo nano /etc/crontab

Praticamente todos os exemplos neste blog dizem respeito a projectos a correr sob pi-star. Altere o utilizador "pi-star" para "pi" se correr sob raspberry pi ou o seu utilizador de login!
Veja ainda o meu post mais recente sobre este assunto.

Referências:
https://packet-radio.net/update-linbpq-with-up2bpq/

Notificação de novas mensagens na sua BBS

(versão beta)
Só recentemente e a meu pedido o John Wiseman, G8BPQ, introduziu a notificação de mensagens pessoais por APRS.

Com este artigo pretendo ir mais longe...
Quem tinha um TNC2 recorda-se com certeza que, quando recebia novas mensagens na pBBS, no painel frontal piscava um led amarelo, que se apagava quando estas eram lidas.
Essa funcionalidade, fácil de ser implementada num raspberry pi perdeu-se! Talvez por questões de compatibilidade com a versão do BPQ para Microsoft Windows já não é possível...

Se quem como eu substituiu o velhinho TNC2 por um computador ou Rpi sente a falta desta funcionalidade.
Este projecto pretende resolver esta questão e abrir a ideia a outras possíveis aplicações como as que recentemente criei,

  • envio de dados meteo por APRS a partir do projecto Open Weather
  • notificações em APRS de AOS de satélites de APRS/AX.25
  • envio automático de beacons para satélites de APRS
  • telemetria do raspberry pi
  • anúncios de propagação

Neste projecto, os scripts precisam de se ligar ao linbpq e verificar se existem novas mensagens para o seu indicativo, por telnet. Por isso é necessário instalar o software "expect" para linux. Faça,

Depois na directoria onde está instalado o linbpq crie o seguinte ficheiro,

e, copie e cole as ligas a seguir

Substitua o [CALLSIGN], [PASSWORD] e [YOUR NODE ADDRESS] pela sua conta de login no linbpq, sem os parêntesis rectos "[ ]".

Dê permissões de execução ao script,

Se tudo funcionar como planeei execute o script fazendo ./lmBBS.sh e observe a ser feita automaticamente a ligação ao seu node por telnet, a entrada na BBS, a leitura de novas mensagens e, a seguir o fecho da ligação.

Agora vamos criar o script que irá receber e tratar os dados provenientes desta interação com o BPQ.
Para a notificação por e-mail vai ter de instalar e configurar o exim4.

Crie um novo script, supondo que se encontra na directoria de instalação do linbpq e corrija os caminhos e variáveis de acordo com a sua instalação.

Ligue-se à sua BBS pelo seu browser favorito. No menu da consola web, clique em "WebMail" e em seguida "Mine". Retire do endereço URL a variável key. Copie e cole no código abaixo este valor.

Nota: lamento mas esta key que aqui refiro tem prazo de validade, findo o qual será sempre necessário fazer o login! Use apenas para fins experimentais...

http://node.ct1ebq.com:9123/WebMail/WMMine?WB09K2721

Crie o ficheiro,

e, copie e cole o seguinte código,

Substitua o seu endereço de e-mail e o seu endereço URL do linbpq onde acede por webmail.

Ligue o Led ao GPIO, em série com uma resistência de valor entre 100 ohm e 330 ohm, ao raspberry pi, entre um dos pinos GND e o GP17,

Crie o script que irá piscar o led, fazendo,

copie e cole o seguinte conteúdo,

Dê permissões de execução a ambos os scripts,

E, a partir de agora é este o ficheiro que passa a chamar para verificar se tem novas mensagens ./bbsnewmsg.sh

Ao correr o script, este faz a chamada ao script de ligação por telnet e leitura da lista de novas mensagens, se as houver, envia um e-mail de notificação e acende um led ligado à porta 17 do GPIO.

Para correr o script automaticamente de 6 em 6 horas, adicione uma linha no seu crontab em /etc/crontab

Este foi um exemplo de como se podem integrar outros programas com o BPQ de modo simples e não intrusivo.
Este último script tem algumas falhas, por exemplo sempre que é chamado notifica todas as mensagens por ler... A ideia era ser chamado a cada 5 minutos, mas então não deveria enviar múltiplos e-mails de notificação de mensagens anteriores... Fica para próximas versões!

Logo que possível farei actualizações nestes scripts. Teste e crie os seus script com esta ideia. Sinta-se livre de copiar e distribui-los... agradeço menção a CT1EBQ.

Adicionar CT1EBQ à sua lista de Nodes/BBS

Modo expert

Adicione esta linha em "BROADCAST NODES" no seu config: MAP CT1EBQ node.ct1ebq.com UDP 10093 B ; Ricardo Oitavén, EBQNOD in Cascais, Portugal

BBS para transferência de mensagens de packet: EBQBBS ou CT1EBQ-1

node/BBS HA (route path): CT1EBQ.CTLX.PRT.EU

...e, não esqueça - envie-me um e-mail com as suas configurações!

Passo a passo...

As primeiras configurações devem ser feitas no ficheiro bpq32.cfg
Edite este ficheiro, em linux por exemplo, fazendo,

…e acrescente as seguintes linhas, nas secções enunciadas,

Configuração do Node

Adicionar no port de AX25, na secção "BROADCAST NODES" uma entrada tal como,

MAP CT1EBQ node.ct1ebq.com UDP 10093 B

onde,

MAP - representa a instrução para iniciar o mapeamento do node
CT1EBQ - o indicativo + SSID do node
node.ct1ebq.com - endereço ou DDNS (DNS dinâmico)
UDP 10093 B - protocolo e port utilizado na ligação (não esquecer de criar uma regra no seu firewall/router para o endereço IP do BPQ/linbpq com port 10093 em UDP)

Caso o seu node não seja um node BPQ, por questões de compatibilidade, ou se pretender definir factores de qualidade distintos a cada node, adicione uma entrada na secção "ROUTES:", como,

CT1EBQ,193,1

onde,

CT1EBQ - o indicativo e SSID do node
193 - factor de qualidade estabelecido como óptimo  na maioria dos casos
1 - port (é possível definir rotas com diferentes factores de qualidade para cada port)

Estas configurações só são aplicadas quando reiniciar o BPQ!

Configuração da BBS

Supondo que já tem a sua BBS configurada, para partilhar e entregar correio noutras BBS através dos nodes... abra seu o browser preferido, e a partir da página de gestão do sistema, no menu "Mail Mgmt", faça o seguinte:

1. configure um novo utilizador (estação de packet ou BBS) em, "Users".
Escreva o indicativo CT1EBQ na caixa "Add" e prima este botão.

2. em seguida edite CT1EBQ na lista à sua esquerda nesta mesma página.
Preencha as check box: BBS, Expert e, Allow Sending Bulls.

no menu “Forwarding" seleccione CT1EBQ na lista à esquerda e preencha os campos de acordo com,

TO: CT1EBQ
AT: AMSAT; ARL; ARRL; WW; EU; PRT (1 por linha, sem ";")
Connect Script: C 1 EBQBBS (ou, CT1EBQ para entregar pelo port de AX.25, se for o seu caso, o port 1. Adicione regras de acordo com as instruções do BPQ)
BBS HA: CT1EBQ.CTLX.PRT.EU
Enable Forwarding: (check)
Interval: 3600 (Secs)
Request Reverse: (check)
Interval: 3600 (Secs)
Send new messages without waiting for poll timer: (check)
FBB Blocked: (check)
Max Block: 10000
Allow Binary: (check)
Use B1 Protocol: (check)
…e, não se esqueça de fazer "Update"

White Lists

As white lists servem para propagar novos indicativos pelas BBS. Deste modo, e se a informação BBS HA estiver completa em cada utilizador é possível partilhar endereços de hierarquia para que as BBS saibam o caminho e onde cada mensagem deve ser entregue a novos utilizadores.

Configure "WP Params" na página "Configurations"

Send WPUpdates: (check)
Reject WP Bulls: (check)
Type P: (check)
e, em "WP Destinations" adicione uma linha com,
WP@CT1EBQ.CTLX.PRT.EU

A seguir envie-me um e-mail com as suas configurações:

MAP [o seu callsign]-[SSID do node] [o seu endereço] UDP 10093 B (ex. MAP CT1EBQ node.ct1ebq.com UDP 10093 B)

BBS callsign: [o seu callsign]-[SSID do node] (ex. CT1EBQ-1, ou alias EBQBBS)

node/BBS HA (route path) ex. CT1EBQ.CTLX.PRT.EU

Referências
1) factor de qualidade
http://ohiopacket.org/index.php/Calculating_Net/Rom_route_quality
2) configuração do node
http://www.cantab.net/users/john.wiseman/Documents/BPQCFGFile.html
3) configuração da BBS
http://www.cantab.net/users/john.wiseman/Documents/BPQ%20Mail%20and%20Chat%20Server%20Mail%20Forwarding.htm

pi-star +GUI, packet e aplicações desktop

Este bem poderia ser o primeiro post do site já que, daqui fui construindo todos os outros projectos...

Há uns meses atrás comecei este projecto. Sempre fui adepto de "all in one", nas impressoras, nos rádios, nos gadgets, até nos canivetes suíços! Compreendo quem prefira um rádio para HF, outro para VHF e UHF, mas eu gosto deles com tudo!
Este projecto é para os que gostam de "tudo na mesma caixa"!

Há uns meses, nem sabia o que era um Raspberry Pi até que me rendi... comprei um zero com wireless, experimentei o 3B + e depois comprei um 4. Foi com o mesmo entusiasmo com que recebi o meu ZX81 ou o Spectrum em 1982, mas com tecnologia mais recente e capaz de um projecto deste tipo!
- Era o computador que faltava na minha estação de rádio! Sem ventoinhas, logo sem barulho, a 5V ou facilmente alimentado a partir de 12V e, o Raspberry 4 com uma capacidade de processamento suficiente para correr um sem número de aplicações em simultâneo! Estas características maravilharam-me...

Tudo começou quando adquiri o meu rádio D-Star, instalei num Pi zero W o software pi-star, num computador antigo a correr linux, apenas linha de comandos, o linbpq para packet e APRS e depois precisava de outro brincar com modos digitais...
Eram muitos computadores, todos ligados, a consumir energia 24 horas por dia! Não, tinha de haver outra solução.
A solução passava por um computador, todos os sistemas e software a correr ali...
Pretendia ainda uma solução alimentada a 12V, de modo a poder alimenta-lo a baterias e criar sistemas de alimentação redundante.

A solução era mesmo um Raspberry Pi!

Fiz teste num 3B + de um amigo. Percebi que tinha de instalar primeiro o pi-star, a última versão "buster" do debian, disponível para download no site deste excelente projeto.
O pi-star tem uma excelente característica, depois do arranque o sistema entra em modo read-only, e apesar de o podermos pôr em read-write, tudo está feito para que volte a read-only no instante seguinte! Era um quebra cabeças e o primeiro problema a resolver! Todos os posts anteriores foram o caminho a percorrer para chegar até aqui e resumem a minha experiência em Pi.

Se quiser ter os modos digitais, o propósito de ter instalado o core do pi-star, terá de adquirir uma pequena placa de RF, chamada MMDVM hotspot. Encontra-se facilmente no eBay e a minha custou cerca de 15€ mais despesas de envio.

As instruções seguintes mostra como o fazer.

No final deste projecto, com algumas horas e muita paciência, fica com um Raspberry Pi (recomendo o 4, com 2 ou mais Gb de RAM) com,

pi-star, para modos digitais (D-Star, DMR, YSF...)
packet e APRS no linbpq + (Hamlib, Direwolf, Xastir, Linpac)
recepção de WSPR com uma simples RTL-SDR v3
FLRig e FLDigi
WSJT-X
JTDX
GridTracker (Display connections on a map)
JS8CALL
CQRLOG + TQSL (Advanced Ham Radio Logbook)
GPredict (Sat-Tracking)
QSSTV (Slow Scan Televison)
GQRX (SDR)
FreeDV (Digital Voice)
VOACAP (Propagation Prediction)
Chirp (Programming transceivers)
Qtel (Echolink Client)
WSPR with RTL-SDR v3
VNC server para acesso externo (tablet, telefone ou computador)

Que tal? 🙂

Instruções

Não há fórmulas mágicas, os bons projecto levam tempo!
Precisa tempo e paciência, sobre tudo se não tem muita experiência com sistemas operativos linux em linha de comandos. No entanto tentei tanto neste como nos posts anteriores criar instruções para que fosse apenas copiar e colar...
Neste projecto, e porque não sou o autor de tudo, deixo links para outros sites, para os siga e instale tudo pela ordem que sugiro.

Comecemos por instalar o pi-star

Faça o download e siga as instruções para o seu sistema operativo.
A instalação do pi-star não é opcional já que este projecto se baseia nele, que inclui o último sistema operativo "buster" à data em que escrevo este artigo.

Depois vamos instalar o interface gráfico GUI. Sim, vai ter uma consola gráfica, mas toda a instalação corre praticamente em linha de comandos.

Depois de instalado o pi-star, identifique a sua versão. Terá de habilitar o SSH, configurar o acesso à network ou, ligar um monitor, teclado e rato. Abra uma janela terminal, ou aceda por SSH e faça,

...dá-lhe algumas informações sobre a versão, processador e hardware
Para conhecer qual o sistema operativo, pelo nome que conhecemos digite,

PRETTY_NAME="Raspbian GNU/Linux 10 (buster)"
NAME="Raspbian GNU/Linux"
VERSION_ID="10"
VERSION="10 (buster)"
VERSION_CODENAME=buster
ID=raspbian
ID_LIKE=debian
HOME_URL="http://www.raspbian.org/"
SUPPORT_URL="http://www.raspbian.org/RaspbianForums"
BUG_REPORT_URL="http://www.raspbian.org/RaspbianBugs"

ou, digite o comando "lsb_release -a".
Actualize agora o seu sistema já instalado,

O pi-star, foi desenhado com propósito único, e será necessário instalar diversos componentes: software, plugins de terceiros e livrarias de código; de modo a dotá-lo de todo o software para o nosso projecto.

Instale a componente de configuração do Raspberry Pi, que facilitará muito qualquer configuração de rede, hardware, serviços, etc...

Ambiente gráfico de janelas

Agora vamos instalar o X ou interface gráfico GUI. Passo simples. Depois já terá acesso ao sistema pelo interface gráfico de janelas que lhe será mais familiar...

A partir deste momento, pode aceder já por teclado e rato, ligando um monitor à porta HDMI do Pi.
Habilite o VNC, para lhe permitir aceder remotamente, se não pretender como eu, ligar o monitor. Na linha de comandos ainda, faça,

7 Advanced Options
A5 Resolution
…seleccione o modo à sua escolha, no meu caso escolhi uma das configurações 16:9
Faça "Ok", "Ok" de novo, "Finish", "Yes" vamos fazer um reboot…

Agora já se pode ligar por VNC.
Antes de fazer reboot, pode também habilitar o "auto-login" no sistema de janelas. Volte ao "raspi-config" e siga os menus "Boot option"->"Desktop / CLI"->"Desktop autologin".
Algumas instruções que li sugeriram também instalar o xinit. Considere-o para já como opção,

Para conhecer o endereço IP do seu Pi, faça

Identifique a sua ligação de rede, instale o VNC Desktop no seu computador e já pode aceder confortavelmente ao seu Pi, pelo sistema gráfico de janelas.
Note que, a partir do momento que tem acesso ao interface gráfico pode abrir ali uma janela terminal e executar todos os comandos que se seguem...
Eu continuo ligado por SSH.

Porque o pi-star é muito robusto, quase à prova de desligar a alimentação quando e sempre que quiser sem qualquer cuidado em particular, tem também um firewall onde é preciso permitir o acesso externo. Nada complicado. Crie o ficheiro ipv4.fw que será lido pelo sistema e adicione estas regras ao iptables, firewall linux,

Grave, CTRL + x, "yes" e volte à linha de comandos.

Nota: esta lista de regras tem sido actualizada ao longo do projecto embora nem sempre seja referido nos diversos posts. Sempre que uma aplicação ou serviço necessita de comunicar para fora, ou receber dados, temos de abrir a porta respectiva!

Configurei já as portas 5900 e 5901 para acesso por VNC, a 8010 para acesso por telnet ao linbpq, a 9123 o acesso web à consola do linbpq e a 10093 para transferência de mensagens entre nodes, também para o linbpq.
Para aplicar estas regras,

Configurar o pi-star em mode read-write permanente

Descobrir onde o pi-star re-escrevia as instruções de read-write para read-only deu algum trabalho, muitos ficheiros abertos e re-escritos, novas instalações, pesquisas na web, frustração e umas boas horas. Vamos começar.

Temos de substituir todas as instruções que montam o sistema como leitura apenas, para leitura e escrita, isto é de "ro /" por "rw /".
Comecemos pelas regras na montagem das partições,

Igualmente importante, edite o ficheiro /etc/rc.local e comente com "#" a última linha onde aparece a expressão,

ou melhor, não a comente e altere-a para,

na directoria /var/www, fazemos o login como root,

Verificamos quantas entradas existem, com o user root,

Trocamos todos os "ro /" por "rw /". Para evitar erros copie a seguinte expressão como root,

E, verificamos que já não existe nenhum "ro /" por substituir. O output deve ser vazio!

"exit" sai do user root.
Em cada actualização do pi-star bem sucedida devemos correr estes 3 últimos comandos "find..."! É natural que, durante o update surjam mensagens como: "os seguintes ficheiros foram modificados..." Ignore e, volte a fazer os procedimentos descritos anteriormente.

Vamos editar ainda os seguintes ficheiros e substituir todas as entradas de "ro /" por "rw /"

Renomear os seguintes ficheiros, por exemplo para _[ficheiro]

Existem mais alguns ficheiros encontrados em /usr/local/sbin, /usr/sbin e /usr/bin mas não detectei nada que provocasse o sistema a voltar a read-only.

Notas:
1. Ao tentar actualizar agora o pi-star deve aparecer-lhe uma mensagem com esta,

Starting Services…
Done
Updates complete, sleeping for a few seconds before making the disk Read-Only
mount: /: mount point is busy.
Finished

O que é normal visto que o sistema é read-write. Não há problema.

2. Recentemente dei que o meu raspberry entrava em modo "halt" todas as noites à hora que executava o cron.daily
O problema manifestava-se quando corria no script "powersave" a instrução "tvservice -o" que desliga o port HDMI. Desabilite esta linha, editando o ficheiro /etc/cron.daily/powersave e comentando a instrução com "#",
#/opt/vc/bin/tvservice -o

Instalação de modos digitais em ambiente gráfico

Quer ter uma estação de rádio digital completa no seu raspberry pi?
Prossiga agora para o artigo - https://dl1gkk.com/setup-raspberry-pi-for-ham-radio/

Instalou tudo? Fantástico!

Instalação de Packet AX.25 e APRS com linbpq

Siga os meus posts anteriores, instale e configure de acordo com as suas preferências, o seu indicativo, o QRA locator, etc...

packet/APRS iGate, BBS, node e DX cluster com Raspberry Pi (parte 2)
packet/APRS iGate, BBS, node e DX cluster com Raspberry Pi (parte 3)
packet/APRS iGate, BBS, node e DX cluster com Raspberry Pi (parte 4)
packet/APRS iGate, BBS, node e DX cluster com Raspberry Pi (parte 5)
Mapas de APRS em BPQ32

Opcional

Acesso linux a partir do linbpq
Direwolf AX.25 + FEC = FX.25 (para quem pretende explorar o HF)
Monitor de WSPR com raspberry pi + dongle RTL-SDR

Veja também

Solução de problemas com a placa de som CM108
Como criar Menus no Gnome para o raspberry pi

...aspecto final


Referências:
https://gist.github.com/kmpm/8e535a12a45a32f6d36cf26c7c6cef51
https://forum.pistar.uk/viewtopic.php?t=1237&start=10
https://forum.pistar.uk/viewtopic.php?t=858

Referências avançadas:
https://hallard.me/raspberry-pi-read-only/
https://gist.github.com/paulfurley/8e2e2ead269d81d6c41604233a696acd
https://medium.com/@andreas.schallwig/how-to-make-your-raspberry-pi-file-system-read-only-raspbian-stretch-80c0f7be7353
https://github.com/km4ack/pi-build
https://forum.pistar.uk/viewtopic.php?f=3&t=2059&start=40

Acesso linux a partir do linbpq

Pode ser interessante ter acesso à linha de comandos linux da máquina onde está instalada a aplicação linbpq, no entanto é uma falha de segurança grave, nomeadamente se o acesso for feito por rádio frequência, onde comandos e senhas vão em texto simples e por isso são facilmente visíveis.

Exemplos de utilização da linha de comandos a partir do packet:

  • verificar recursos da máquina: mem; top; df; du…
  • alterar pequenas configurações
  • verificar ligações de rede: ping; whois; telnet; nmap…
  • estabelecer ligação a outros servidores ou à internet das coisas

Volto a referir que é uma falha grave, não só o acesso por TCP/IP mas mais ainda por RF!

Configurações

Nas configurações do linbpq, em bpq32.cfg, na porta de telnet deve incluir o comando

CMDPORT=nnn 23

"nnn" representa o número da porta que já possa existir e está configurada para outras aplicações, por exemplo o DX Cluster. Se não existir acrescente apenas CMDPORT=23.
O acesso às diversas portas faz-se pela variável HOST descrita a seguir. Por exemplo, neste caso, HOST 1, representa a porta "nnn", HOST 2, a nossa porta 23.

no meu caso,

PORT
   PORTNUM=2 ; Optional but sets port number if stated
   ID=telnet server
   DRIVER=Telnet
   CONFIG
   CMS=1
   CMSCALL=CT1EBQ
   CMSPASS=USVAWV
   LOGGING=1
   DisconnectOnClose=1
   TCPPORT=8010
   FBBPORT=8011 6300
   HTTPPORT=9123
   CMDPORT=7300 23
   LOGINPROMPT=callsign: 
   PASSWORDPROMPT=password: 
   MAXSESSIONS=100
   CTEXT=Welcome to CT1EBQ's telnet server.\nPress ? For list of commands\n
   USER=ct1ebq,[password],CT1EBQ,,SYSOP
   USER=ANON,pass
ENDPORT

Depois devemos adicionar uma linha às aplicações,

APPLICATION 1,LINUX,C 2 HOST 1 S

Onde,
1 - pode ser um número sequencial e representa o id da aplicação
LINUX - o comando a ser chamado
C 2 - o "PORTNUM=2" de telnet, conforme o exemplo acima
HOST 1 - a porta 23, sendo o HOST 0, a porta 7300 neste exemplo
S - para que a aplicação regresse ao "node" ao invés de fechar a ligação telnet do packet

Para que tudo isto funcione deve instalar o servidor de telnet na mesma máquina onde corre o linbpq. No raspberry pi,

e, criar o seu utilizador em linux e atribuir uma password

Para sair da linha de comandos linux faça "exit".

Após me ligar por telnet ao linbpq,